25/10/2024
O uso excessivo de medicamentos em crianças é uma preocupação crescente entre pais e profissionais de saúde. O organismo infantil ainda está em fase de desenvolvimento e, por isso, é mais sensível aos efeitos dos remédios, o que pode tornar a automedicação um risco significativo. Ao administrar medicamentos de forma inadequada, os pais podem, sem intenção, expor seus filhos a consequências graves, como intoxicações, reações adversas e outros problemas de saúde.
A intoxicação medicamentosa é um dos principais riscos associados ao uso excessivo de remédios. Ela pode ocorrer tanto por erro na dosagem quanto pelo uso contínuo de certos medicamentos, como antitérmicos e analgésicos. Por exemplo, quando uma criança recebe doses repetidas de paracetamol ou ibuprofeno, há o risco de sobrecarregar o fígado e os rins, comprometendo o funcionamento desses órgãos. Em casos mais graves, a intoxicação pode exigir atendimento médico de emergência.
Outra preocupação é que a administração frequente de medicamentos pode mascarar os sintomas de problemas de saúde mais sérios. Ao usar analgésicos e antitérmicos para aliviar dores e febres, sem investigar a causa desses sintomas, os pais podem adiar o diagnóstico de infecções ou outras condições médicas que necessitam de um tratamento específico. Isso faz com que o problema subjacente persista e, em alguns casos, piore com o tempo.
A automedicação também pode levar a reações alérgicas, que variam de leves, como urticária e coceiras, a graves, como dificuldade respiratória e inchaço. É importante que os pais estejam atentos aos sinais de possíveis reações e interrompam o uso do medicamento imediatamente, buscando orientação de um médico. Manter um histórico dos medicamentos que a criança já utilizou e suas reações é uma prática que pode facilitar a escolha de tratamentos futuros de forma mais segura.
Silvana Montanari, diretora pedagógica do Colégio Talento, de Cotia (SP), orienta que “os pais devem ter cuidado ao administrar remédios, sempre consultando um médico para garantir que estão fazendo o melhor para a saúde dos seus filhos”. A consulta a um pediatra é essencial para ajustar a dosagem correta e identificar quais medicamentos são adequados para cada faixa etária, evitando erros que podem ser prejudiciais à saúde da criança.
O uso incorreto de antibióticos é outro ponto de atenção. A prescrição inadequada ou a interrupção precoce do tratamento pode favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes, o que torna as infecções futuras mais difíceis de tratar. Esse é um problema de saúde pública, e é fundamental que os pais sigam rigorosamente as orientações médicas quanto ao uso desse tipo de medicamento.
Para prevenir esses problemas, é importante que os pais sigam algumas orientações práticas: nunca deem medicamentos sem a orientação de um médico, utilizem as dosagens corretas e observem as reações da criança após a administração de qualquer remédio. Além disso, é fundamental armazenar os medicamentos em locais seguros, fora do alcance das crianças, para evitar ingestões acidentais.
O cuidado no uso de medicamentos na infância é um ato de amor e proteção, que assegura que as crianças tenham o tratamento adequado quando necessário, mas sem riscos desnecessários. Orientar-se sempre com um profissional de saúde é o melhor caminho para garantir que cada dose administrada contribua para a saúde e o bem-estar dos pequenos. Para saber mais sobre remédios para crianças, visite https://oglobo.globo.com/saude/saiba-quais-sao-os-riscos-de-usar-remedios-em-criancas-sem-orientacao-pediatrica-5106276 e https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/perigos-da-automedicacao-em-criancas.htm